Na instalação do sistema operacional Windows 8.1 ou 10 e principalmente com um bios UEFI, o GPT será o sistema de arquivos padrão mas e quando outra unidade de armazenamento é incluída na configuração, essa regra será seguida sem possibilidade de escolha ?!
Assim que o Windows é carregado e você inicia o Gerenciador de Discos e Partições, num breve tutorial [aqui], na configuração da nova unidade surge uma janela perguntando o sistema de arquivos a ser adotado despertando a dúvida na escolha entre o MBR (Master Boot Record – Gerenciador Mestre de Inicialização) ou o novo GPT (GUID Partition Table – Tabela de Partição GUID), para ajudar na escolha continue lendo o conteúdo a seguir apresentando algumas condições que certamente irão facilitar a escolha.
Por um lado temos o GPT promovendo diversas vantagens, por outro lado temos o MBR entre os mais compatíveis e ainda necessários em alguns casos. Falando nisso, o sistema de arquivos GPT não é exclusividade do Windows, o MacOSX e distribuições Linux também estão aptas a adotar esse padrão.
Numa estrutura de partição são definidas a maneira como as informações serão estruturadas, onde começa e termina essa partição assim como o código a ser utilizado durante a inicialização, quando essa partição for inicializável. Para aqueles que já formataram uma unidade de armazenamento ou também já configuraram um computador Mac para funcionar no mesmo disco com o Windows instalado, a famosa dupla inicialização ou dual boot permitindo utilizar um sistema ou o outro no mesmo computador/notebook, muito provável ter lidado com o padrão GPT e MBR, relembrando que o GPT está gradativamente substituir o MBR.
Compreendendo as características do padrão GPT e do MBR:
As unidades de armazenamento podem ou não virem pré-configuradas (formatadas) para facilitar a instalação de um sistema operacional ou mesmo para serem imediatadamente utilizada assim que fisicamente instalada, neste caso é novamente recomendado visitar o conteúdo relacionado clicando [aqui]. Quando o disco fixo (Rígido ou SSD) está sem nenhum padrão é necessário preparar esse espaço disponível para se utilizado, para saber como basta visitar esse pequeno conteúdo [aqui]. Para ambos os casos e considerando o sistema operacional Windows é necessário, quando o próprio sistema de instalação não faz, escolher o sistema de arquivos MBR ou GPT como padrão, entre as informações na definição estão o tamanho da partição, onde ela começa e termina e a qual partição os setores delimitados pertencem, por fim mas não por último informar ser ou não uma partição inicializável.
Apresentando o padrão MBR:
O sistema de arquivos MBR foi introduzido pela primeira vez em 1983 utilizando o sistema operacional IBM PC-DOS 2.0 sendo nomeado como Master Boot Record, pelo MBR ser um setor de inicialização especial e localizado no início do disco rígido. Setor que armazena as instruções de inicialização para o sistema operacional instalado e os dados sobre as partições lógicas da unidade. Esse carregador de inicialização consiste num pequeno código responsável por iniciar a instrução de inicialização maior existente em outra partição da unidade. Para a configuração tendo o sistema operacional Windows, os bits iniciais do código de inicialização residem aqui sendo o motivo que precisa ser reparado quando os arquivos de inicialização for corrompido ou substituído equivocadamente anulando a inicialização do Windows. Ao adotar uma distribuição Linux, as instruções de inicialização do GRUB normalmente estão localizados no MBR.
Com a evolução dos sistemas operacionais e suas aplicações, limitações do padrão MBR começaram a receber destaque estando entre elas a compatibilidade com unidades de armazenamento de até 2TB, aceitando apenas quatro partições (separações lógicas) primárias, atingido esse limite é preciso adicionar numa partição primária uma partição estendida, criando partições lógicas dentro dela, condição raramente utilizada.
Apresentando o padrão GPT:
Substituindo gradativamente o histórico MBR, o padrão GPT significa Tabela de Partição GUID (GUID Partition Table), combinando com o novo gerenciamento da placa-mãe por UEFI, padrão que está também substituindo progressivamente o padrão BIOS. Sucedendo o relativamente datado MBR, o novo e mais moderno sistema de arquivos GPT recebe o nome de Tabela de Partição GUID por cada partição na unidade de armazenamento possuir um identificador globalmente exclusivo (globally unique identifier) então, o GUID; sendo uma string randômica tão extensa que permite a cada partição GPT neste planeta muito possivelmente ter seu próprio identificador exclusivo.
O padrão GPT desconhece as limitações do padrão MBR, permitindo utilizar unidades de armazenamento com o tamanho em disco limitado apenas pelo sistema operacional. A quantidade de partições permitidas pelo GPT é quase ilimitado, mais especificamente determinado pelo sistema operacional e usando o Windows como exemplo reconhecendo até 128 divisões, abolindo a necessidade de partições estendidas.
Num disco fixo utilizando o MBR, ficam armazenados no mesmo lugar os dados de armazenamento e inicialização que na iminência de serem corrompidos ou substituídos, será motivo de problemas porém é uma condição pouco provável no padrão GPT, isso por ele armazenar diversas cópias desses dados pelo disco, significando maior robustez e melhorando as chances de recuperação em caso de dados corrompidos.
No padrão GPT são armazenados também os valores de Verificação Cíclica de Redundância (CRC – Cyclic Redundancy Check) certificando a integridade dos dados e em caso de dados corrompidos, isso pode ser percebido pelo GPT que pode tentar recuperar esses dados corrompidos de outro local do disco. Comportamento inexistente no padrão MBR sem a funcionalidade de verificar a integridade dos dados, dessa maneira sua descoberta só aconteceria quando falhasse o processo de inicialização ou inesperadamente desaparecessem as partições da unidade de armazenamento.
Um pouco sobre Compatibilidade:
As unidades configuradas no padrão GPT costumam incluir um “MBR protetor”. Esse tipo de configuração MBR informa que uma unidade em GPT possui uma partição única se estendendo por toda a unidade de armazenamento. Para o caso que utilizar uma ferramenta antiga de gerenciamento de disco que só reconhece o padrão MBR, será exibida uma única partição se estendendo por todo o disco. Esse “MBR protetivo” garante a essas ferramentas não confundirem uma unidade em GPT com um armazenamento sem particionamento, podendo sobrescrever esses dados em GPT para o formato MBR, de maneira simplificada o MBR protetivo evita que os dados GPT sejam sobrescritos.
Apenas as versões 64btis do Windows Vista, 7, 8, 10 e correspondentes Server permitem usar o padrão GPT em conjunto com o novo sistema UEFI em unidades de inicialização, para unidades apenas de armazenamento as arquiteturas 32bits das mesmas versões, o reconhecimento das unidades em GPT mas no antigo sistema BIOS ocorre sem problemas.
Com a evolução dos sistemas operacionais, outros ambientes também podem adotar o GPT como sistemas de arquivos, a linha Macintosh da Apple com processadores Intel substituindo seu antigo padrão APT (Apple Partition Table – Tabela de Partição Apple) adotando o novo padrão GPT, tendo também o Linux com suporte embutido a esse novo padrão.
Conclusão:
Outro componente, embora lógico, indispensável para o uso de um computador ou notebook entre outros aparelhos é o sistema de arquivos, agindo de maneira praticamente transparente enquanto armazenamos, movemos, alteramos e excluímos arquivos nesses aparelhos, seja a pessoa envolvida ou não com o ambiente computacional.
A contínua evolução desse universo costumeiramente faz surgir novos dos mais variados formados e aqui abordando apenas os dois padrões atualmente mais conhecidos, por um lado o MBR como precursor e o GPT como substituto onde ambos surgiram para atender nossa inesgotável necessidade por espaço em disco, e produção de informações digitais.
Ainda que de maneira simplificada, o conteúdo teve a pretensão de abordar seus conceitos, motivos de utilização e limitações além de benefícios ao comparar as duas tecnologias, talvez até despertando o interesse de migrar para o novo padrão dadas as suas vantagens, por fim permitindo entender as motivações para adoção de uma ou outra categoria de sistema de arquivos.
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